terça-feira, 26 de novembro de 2013

A culpada!

A Culpada!
A culpada tem a minha cara, os meus trejeitos e o meu sinal.
No espelho o reflexo do que me tornei, do que sou.
Decidir é passível de culpa. Demorar a agir é cadeira elétrica na certa.
Na fila da guilhotina ou do enforcamento penso em mim e sou mais uma vez culpada pelo egoísmo.
Pra cada culpa uma sentença

E afinal que culpa tenho de sentir?

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Chama do amor.


Amar

Com todas as forças
Com todo amor,
Amei.

Como mulher, como irmã;
De querer só pra mim;
De querer casar;
De ter como centro do meu mundo;
quando o amor era mera faísca, quando ele reascendeu,
Eu amo.

De longe, de perto;
De quando novo e quando velho.
Amo de odiar tanto amar.

Afastei, reneguei, expulsei...
Subestimei o amor.
Ele não se foi.
Ele não se vai.

Pela eternidade a chama deste amor ficará acessa mesmo após o maior dos vendavais.
Perdão amor, acho que não soube te amar.



quinta-feira, 13 de junho de 2013

Achei, vivi, perdi.



Uma semana depois de ter assistido a peça achados e perdido e eu ainda estou mexida, tocada.
Logo ao entrar na sala/instalação onde o publico podia pegar nos objetos, lembranças  dos atores, ali, naquele momento a melancolia bateu.

Cartas de amor escritas na adolescência, fotos de infâncias, discos e brinquedos dispostos pela sala, me fizeram perceber que não tenho mais importantes lembranças físicas e psicológicas.

Deletei da mente. Outras viraram atemporais.

Joguei muita coisa fora. Por raiva, por querer deixar de ser apegada às coisas e pessoas, por achar que estava crescendo e aquilo não me representava mais ou por achar que me desfazendo das coisas as lembranças que elas me traziam iriam embora.

Que tolice.

Deu saudade.
Deu saudade da emoção ao ler as 15 cartas que ganhei. Uma para cada dia das férias. Saudade da farda do colégio toda assinada no ultimo dia da escola. Das cartas trocadas entre melhores amigas, dos cadernos com trechos de músicas que lembrava no meio de uma aula. Dos textos que escrevi e rasguei.

Uma fuga, talvez.

O pouco que  mantive me completa mais ainda hoje. Principalmente as fotos. Essas vem comigo sempre.
Ainda assim, quis revirar o meu baú, reviver minhas emoções. Não pude. Medo. Pudor.


Quem sabe quando essa emoção passar eu possa me acessar, me reaproximar, me ressignificar. 

terça-feira, 30 de abril de 2013

Amargo





“E foi assim que eu vi
Nosso amor na poeira,
Poeira
Morto na beleza fria de Maria

E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria
Nem margarida nasceu”


--



Eu tenho a lembrança amarga do teu não.

Vontade de cuspir no chão.

Não.

Na cara lavada da chuva do teu não desejo.



E no fim o erro é todo meu.

Não se obriga o amor, não se tem o que não te pertence.

Mesmo com todos os entendimentos o amargo não se vai.

Ele fica e finca no corpo.

Tempo passa, passatempo.

E tudo há de se tornar apenas uma cicatriz.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Lados do nada.


Quatro lados de um quadrado.
Qual deles é o meu?
Qual deles sou eu?
Nesse jogo de quebra cabeças o meu ser peça não se encaixa.
Não tenho cor ou tamanho.
Mas como não?
Eu pertenço a esse lugar.
Eu vim dentro da mesma caixa.
Serei então uma peça avariada?
Trocada?
Alguém me ajude ou me responda:
Não sou nada disso ou do nada sou?

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Eu tenho um compromisso.



Esse compromisso tem no mínimo 365 dias.  Para realiza-lo eu preciso matar pessoas, deixar roupas velhas, me reinventar.
Ou seria me reencontrar?

Eu tenho um compromisso.
Ás vezes eu o esqueço. Mas tem sempre um despertador natural que vem do fundo do meu coração para lembrar. O alarme soa assim: não esquece de você! Você tem um compromisso!

É, eu tenho um compromisso.
Apesar de ser um compromisso solitário, eu preciso do suporte dos amigos, dos conhecidos e dos inimigos também.

Eu preciso ver o céu azul mais vezes, o sol nascendo e se pondo mais vezes, ver o sorriso dos que amo e poder sorrir junto internamente. Eu quero abraçar e ser abraçada mais vezes. Amar e por muito tempo me sentir amada. Eu não quero mais não poder ligar, não poder falar.
Eu quero estar disposta, mas quero muito a disponibilidade alheia. Eu quero o novo, o que é leve, o que é luz e o que é forte.
Eu quero dançar, cantar e pular o mais alto sem medo da altura. Eu quero motivação. Aprender uma nova língua talvez. Eu quero mais.
Eu quero sair, tomar banho de mar, ler, escrever, andar de bicicleta. Eu quero cumprir com meu compromisso: eu quero ser feliz.