Uma das sensações mais negativas,
entretanto das mais recorrentes em minha vida, é a de que eu sou descartável na
vida das pessoas. Mais desgraçadamente
na vida das pessoas mais queridas.
Incrível como eu me dou de corpo,
alma e coração para aqueles que me cativam de forma simples e admirável. Mas
esses mesmos seres, conseguem da forma mais singela e inconsciente, acredito,
me fazer sentir descartável nas suas
vidas, nos seus momentos.
Acontece que sempre tem outro
alguém na minha frente. Há sempre um eu te amo, mas eu não quero conversar. Estou
bem por isso busco pessoas “mais animadas”. Estou aqui pro que der e vier, mas
agora eu ando um pouco ocupado. Há ainda quem ressalte a importância de me
ter em sua vida, mas dá um go off no
facebook pra eu não encher o saco. E
como não poderia faltar, há quem faça juras de saudades, mas que não pode me
ver porque precisa ver um outro alguém.
Se eu vou muito atrás, não faço
mais que minha obrigação de amiga fiel. Mas se eu falo demais, não sou mais que
uma amiga que reclama demais. Dramática. Chata. Emotiva. Sensível. Louca.
Neurótica... e mais alguns termos que eu já ouvi da boca de quem me ama.
Aí, eu paro. Entendo muitas das
vezes as necessidades de cada um. Vou mais, entendo inclusive que precisam
buscar outras pessoas que façam aquele bem danado.
Mas e eu? Eu também preciso
daquele ser que me faz um bem danado. Assim sendo, eu me reciclo. O meu coração
que antes era uma folha de papel amassada jogada no chão, agora se abre
vagarosamente, tentando eliminar as estrias causadas pela dor do descarte.
Eu tomo uma cara nova,
pensamentos novos, sentimentos novos. E como quem diz: “estou pronta novamente
pra ti”, sou feliz simplesmente por ser.