quinta-feira, 13 de junho de 2013

Achei, vivi, perdi.



Uma semana depois de ter assistido a peça achados e perdido e eu ainda estou mexida, tocada.
Logo ao entrar na sala/instalação onde o publico podia pegar nos objetos, lembranças  dos atores, ali, naquele momento a melancolia bateu.

Cartas de amor escritas na adolescência, fotos de infâncias, discos e brinquedos dispostos pela sala, me fizeram perceber que não tenho mais importantes lembranças físicas e psicológicas.

Deletei da mente. Outras viraram atemporais.

Joguei muita coisa fora. Por raiva, por querer deixar de ser apegada às coisas e pessoas, por achar que estava crescendo e aquilo não me representava mais ou por achar que me desfazendo das coisas as lembranças que elas me traziam iriam embora.

Que tolice.

Deu saudade.
Deu saudade da emoção ao ler as 15 cartas que ganhei. Uma para cada dia das férias. Saudade da farda do colégio toda assinada no ultimo dia da escola. Das cartas trocadas entre melhores amigas, dos cadernos com trechos de músicas que lembrava no meio de uma aula. Dos textos que escrevi e rasguei.

Uma fuga, talvez.

O pouco que  mantive me completa mais ainda hoje. Principalmente as fotos. Essas vem comigo sempre.
Ainda assim, quis revirar o meu baú, reviver minhas emoções. Não pude. Medo. Pudor.


Quem sabe quando essa emoção passar eu possa me acessar, me reaproximar, me ressignificar.