segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Eu nasci há 25 anos atrás

Eu nasci há 10 mil anos atrás, já diz a música de Raul Seixas. Mas euzinha da Silva só nasci há exatos 25 anos atrás, e nesse tempo vivi tanta coisa que nem consigo lembrar de tudo.
Do que ainda guardo na minha memoria das coisas vividas daria um livro. Mas que vida não daria?

Tão louco pensar que na fase de jardim e alfabetização lá estava eu cantando o Dó Ré Mi Fá e usando o caderno de caligrafia pra aprender a escrever. Más cá entre nós, esse caderno não ajudou muito, minha caligrafia continua bem ruinzinha!
Ainda consigo lembrar o colégio que fiz meu ABC, da professora que teve neném por aquelas épocas, das brincadeiras de criança malina como a loira do banheiro e a tal da perna cabeluda. Ô tempo besta, mas ô tempo bom.

Fase que morei na Palmácia, me faz lembrar uma foto minha, guardada no álbum da vovó, recebendo uma medalha de prata de honra ao mérito na primeira série. Mérito de que? E eu me lembro?
Faz lembrar a amizade que atualmente ainda existe com a Gisele Andrade, nossos acampamentos no quintal da Olandina, os banhos de barragem e as brincadeiras de teatro. Mesmo a vida deixando a gente tão longe o carinho continua e eu sei que se eu chegar pelas bandas do Pacoti (atual casa da família Andrade Bezerra) vai ter uma porta aberta me esperando.
Nesse tempo de criança no interior da vó eu me lembro de tanta coisa, tanta coisa, que eu chego a duvidar que vivi tudo isso em um só ano. Quantas e quantas vezes a Circe não me deixou sozinha no pé de seriguela e foi embora?! E eu lá a berrar por socorro. O medo de altura nunca me deixou descer 1 metro sozinha.
Quantas vezes eu levei carão da minha vó por errar a tabuada. Tenho culpa se me distraía com o povo entrando e saindo da bodega do vô João Paulo?
Pior que isso só ver a Maria da Cruz na rua ou ter que sair correndo da igreja fugida da vó Bibá, pra dar umas voltas na pracinha....
Ô coisa besta, mas ô coisa boa.

Eu fui crescendo e mudando. Mudando de colégio a cada dois anos, de ciclo de amizades e de casa. Ai como eu me mudei!! (conjunto esperança/ jóquei clube/centro/aldeota/meireles/Varjota – “já morei em tantas casas que nem me lembro mais..” – Renato Russo era bem parecido comigo).

Por falar em crescer, eu fiquei mocinha. Primeira menstruarão aos onze, seios já grandes aos dozes, primeiro beijo ( eu sei que por essa época mas não me lembro nem a data nem como foi) e daí o primeiro namorado. Iberaí Fernandes ( !! ). O cara chegou meio como quem não quer nada, ficou meu amigo e depois deu o bote (exagero eu sei! Mas não posso perder a oportunidade de falar desse leonino). O primeiro namorado a gente nunca esquece, e esse nem tem como esquecer, pois apesar da vida ter colocado barreiras físicas e sentimentais entre nós, o cara teima até hoje em ser meu amigo! ( haha – Te amo Bê).
E nessa fase nem criança nem adolescente, veio a mocidade espírita, as aulas de flauta doce com o Marcos Paulo e o João Victor, o Pastel da tia Sônia, as sessões de RPG, as conversas na calçadinha, o correio fraterno, EMECE e com ele a Aline (!!!). Conheci a Aline na fila do almoço no EMECE vendendo sua marmita de arroz (obs: o almoço era de graça). É claro que eu não ia perder a oportunidade de conhecer aquele ser vende o almoço onde tudo é de graça. E desse dia em diante uma amizade sem manual entre uma libriana e escorpiana se fortaleceu e mesmo com os balanços causados pelo vento ela não quebra. Onze anos depois ela ainda é minha melhor amiga! Minha bedegueba!

Adolescência chegou e trouxe as mudanças de estilo: skatista/ metaleira que só andava de preto/ hippie/sem estilo/ alternativa/em processo de mudança ( sou eu hoje tentando achar meu canto no mundo da moda).
Ô tempo louco, mas ô tempo leve.

E por fim já bem quase 25 anos depois do meu primeiro choro, eu criei responsabilidade, “deixei o cabelo crescer e decidi trabalhar”, conquistei uma casa, comecei uma faculdade e dei o primeiro passo da minha volta ao mundo.  Não foi bem o Japão que conquistei que era a ideia original de onde começar minha volta ao mundo, mas valeu a pena minha ida aos EUA. E se valeu! Ganhei uma família, grandes amigos, experiências fantásticas e aprendi o inglês que hoje uso para ganhar meu pão.
Estou apenas amolando meu machado, o mundo que me aguarde, pois já já eu parto em uma nova direção, mas com o mesmo propósito: conhecer o mundo e a mim mesma.


Em meio a tantas lembranças tem algumas pessoas que são atemporais em nossas vidas, estiveram presentes desde sempre e já por isso tem um lugar mais que especial na memória das coisas vividas.
Caso da minha mãe. Mãe é mãe. Ela tem mais lembranças de mim do que eu mesma.
Não posso deixar de lembrar quando acompanhei minha mãe em umas festas e ela dizia: hoje eu sou a titia, nada de mamãe. Tudo isso pra paquerar um pouquinho. Há quem ache isso maluco, mas me divirto pencas com essa memória. E tantas outras coisa, tantas conversas, tantos concelhos quem nem cabe nesse texto.
Caso da minha irmã Circe que nasceu ha exatos 25 anos atrás juntinho comigo, já temos memórias juntas desde antes de lembramos. Mas tem uma cena em especial que vira e mexe ela me vem à mente. Eu sempre tive o hábito de falar dormindo e a Circe me acordava várias vezes durante uma noite até que eu disse: Circe, me deixa dormir!! E ela respondeu: Se você parar de falar talvez eu consiga dormir também, até lá se eu não durmo você não dorme!
No dia seguinte todos riam disso e eu tinha um medo danado de mim mesma.
Caso de Caíla, minha irmã do meio que em pleno seus 9 ou 10 anos, no meio de um ônibus lotado disse: irmã eu sei cantar em inglês, quer ouvir? Eu emocionadíssima disse: sim!
E ela começou: Happy Birthday, to you......

Sei que faltam pessoas a serem mencionadas e lembranças a serem compartilhadas, mas como disse minha vida daria um livro.
Quem sabe quando mais 25 anos passarem eu não resolvo escrevê-lo.  Enquanto isso, vou vivendo aqui e acolá, tropeçando aqui levantando já.

 Calanta Viana Barbosa – 18 de Outubro de 2011

Balão de Sentimentos

Eu te ofereço todos os meus sentimentos dentro deste balão.
Nele está minha paciência, que eu posso te assegurar que mesmo às vezes sendo curta ela anda junto à compreensão, valorizando assim cada pedido seu de calma.
Está meu amor, meu carinho, minha doçura, minha delicadeza, minha amizade. Tudo de doce e singelo para te preencher em todos os seus momentos de solidão.
Nele também está meu medo. Devo confessar que tenho medo de algumas coisas, de algumas pessoas e situações.....mas tudo é perfeito pois meus medos servirão para você se sentir poderosa quando conseguir me aconchegar com seus olhos e braços.
E por fim meu desejo, desejo esse de viver o hoje, com você, de projetar as aventuras da vida de amanhã, também com você. O desejo adolescente de não te soltar mais, de te ter ao meu lado todas as manhãs, de ver seu sorriso a cada piada sem graça minha, de poder ler as futuras declarações de amor que você me escreverá, de ir até o fim, se é que existe o fim, mas com você.
Mesmo que você hoje não aceite esse meu balão, ele tem mais quatro fitas afim de tentar mais vezes. E se esse balão que eu te apresento não servir eu busco as nuvens....
Aceita namorar comigo?

Calanta Viana – Exercício 02 – 10/10/2011

domingo, 16 de outubro de 2011

Pra não deixar a bruxinha cair no esquecimento...

Eu ainda estava percebendo a bruxa que me habitava, quando conheci, no meu trabalho, uma bruxinha já muito assumida. A digital estava lá, um pouco acima da boca. Um sinal-verruga lindo, daqueles que a gente tenta imitar com maquiagem.
Pouco tempo depois de conhecê-la, em um papo na recepção, escutei a gargalhada típica. Mais alta e forte que a minha. De bruxa, na certa. Depois, com o dia a dia, a amizade foi se fortalecendo e eu fui vendo os sinais mais importantes: a personalidade forte, a vontade de voar, o amor pela lua cheia, por tudo mais que for cheio também: coração, abraço...

Em sua mesa de trabalho, uma bruxinha de biscuit, que estava por alí sobrando e ela tascou para si, como um porta retrato de executiva. Com tantos sinais aparentes, eu não tive outra opção. Inseri seu nome na minha lista de amigas que se pode contar pra tudo, principalmente pra falar da vida como ela é, pra falar da vida como a gente quer que ela seja, com tudo de bom e de ruim. Então, na minha lista de amigas pra sempre tem mais um bruxinha que encanta. O seu nome? Calanta!




Rachel Garcia

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Se o tempo cura as coisas, ele definitivamente tem custado a passar.



Todos já ouvimos de nossos avós ou pais que com o tempo tudo passa ou que não existe melhor remédio que o tempo para cura dos males.....mas se o tempo cura as coisas, ele definitivamente tem custado a passar.
Tenho esperado o tempo passar e me trazer um bom relacionamento. Não que os que eu tive não foram bons, mas o meu desejo de ter aquele romance de novela.  Eu entendo que isso é consequência das minhas escolhas no passado....mas tudo passa, correto?
O tempo tem custado a passar para acalmar meu coração que reclama das feridas feitas pelos amigos, ou melhor, por aqueles que eu considerava bons amigos.....e com isso as novas relações não criam laços, não fincam no chão.
O tempo tem custado a passar para me trazer a gratificação pessoal em realizar meus sonhos de ontem. Para ter o reconhecimento por parte dos meus...mas será que eu tenho feito muito para isso? E será que temos que fazer muito, ou apenas viver de forma correta  já seria o suficiente?
A dúvida e a insegurança me perseguem desde sempre. Travamos fortes duelos a fim de chegar ao bem estar comum, mas às vezes parece impossível.
Seria bom continuar a remoer o check list do que o tempo me deve? E ele me deve?!
Acredito que bem ou mal eu estou mais paciente. Então como tudo passa, vou esperar o tempo passar....

Esqueci de Contar



O que uma aula chata de Consultoria Empresarial pode te proporcionar além deste conhecimento específico?
A mim ela serviu de empurrão para conseguir produzir o texto que a muito eu prometia....não foi nada daquilo que tive como primeira ideia em escrever.... mas eu acho que serve.
Eu acho que serve? Claro que serve....tem que servir...

Então em meio essa minha dúvida, eu preciso dizer que tem coisas que eu esqueci de contar a meu respeito:
Esqueci de contar que eu tenho medo! Medo da solidão, de está fazendo tudo errado da minha vida, de ninguém gostar de mim pelo o que eu realmente sou. ..Seria bem mais fácil ter apenas medo de aranha.

Esqueci de contar que sou indecisa! Não apenas nos momentos críticos que todos passamos na vida, mas eu verdadeiramente não consigo ao menos escolher se prefiro comer sushi ou Yakisoba no almoço.
É só escolher aquele que mais gosta! – Você diria.

Porém eu te asseguro que não é tão simples assim saber o que me agrada mais e isso incomoda as pessoas. Você já ficou incomodado com isso, não foi?

Esqueci de contar que cansei! Cansei de ficar calada quando eu queria gritar, cansei de não me sentir amada, de só ouvir, de deixar sempre pra lá, de não ser hoje o que eu sonhei ontem pra mim....

Esqueci de contar que sinto falta! Sinto falta da minha infância, dos fins de semana na serra, dos acampamentos no meio da mata, do sonho de ser artista, dos shows de rock na adolescência, da minha fase hippie... aiai, quanta saudade!

Bom, e eu esqueci de contar que eu falo demais, sonho demais, se deixar, minha imaginação vai longe. Vão desculpando o desabafo, o momento divã. Mais uma vez esqueci de contar  que eu sou assim!