terça-feira, 30 de abril de 2013

Amargo





“E foi assim que eu vi
Nosso amor na poeira,
Poeira
Morto na beleza fria de Maria

E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria
Nem margarida nasceu”


--



Eu tenho a lembrança amarga do teu não.

Vontade de cuspir no chão.

Não.

Na cara lavada da chuva do teu não desejo.



E no fim o erro é todo meu.

Não se obriga o amor, não se tem o que não te pertence.

Mesmo com todos os entendimentos o amargo não se vai.

Ele fica e finca no corpo.

Tempo passa, passatempo.

E tudo há de se tornar apenas uma cicatriz.

3 comentários:

  1. Uma gravidez de vinte e pouco anos... o filho só poder nascer assim, bem amadurecido. Como aquelas crianças que usam óculos e que pedem para comer brócolis. Tinha uma poeta dentro de você que só nasceu agora ou você vem escondendo esse filho do mundo, minha amiga?
    Bjo grande,

    Rachel

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  2. Se eu escondi do mundo foi pq estava escondido de mim mesma. Até a chegada de uma certa bruxa em uma noite de lua cheia que mágicamente plantou a semente da escrita em mim.


    Um grande beijo somado a uma garagalhada de bruxa,

    Calanta.

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  3. Essa resposta me deu certeza: o parto foi pleno; o menino é precoce; e eu, que entrei nessa história agora, sou sortuda pra valer... Um beijo em ti e outro no menino rsrs

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